ABRH Brasil

Por Conquer In Company

Um dos consensos sobre liderança é que, para ser um bom líder, é preciso estar sempre gerando impacto.

Mas a grande questão é se manter impactante em um mundo em constante transformação, em que quase tudo é incerto.

E ela fica ainda mais desafiadora quando consideramos o nosso papel como RH.

Como nós podemos ser mais estratégicos, desenvolvendo lideranças preparadas para o amanhã, que sejam humanas e com as habilidades certas para gerar resultado?

Continue lendo para descobrir:

1. Investindo em habilidades comportamentais e digitais

Uma das poucas certezas que temos sobre as habilidades do futuro é que elas serão comportamentais.

Inclusive, nos EUA, 91% das vagas para cargos de liderança já exigem pelo menos uma soft skill.

E conforme o líder se afasta do operacional e passa a lidar mais com pessoas, conflitos e resultados, mais elas serão necessárias.

Liderar com empatia, principalmente, tem sido cada vez mais importante. Hoje, um líder empático deve ter as seguintes características:

• Entende o contexto pessoal e profissional dos liderados

• Prioriza pessoas e não processos

• Pede, ao invés de mandar

• Tem uma mentalidade voltada ao crescimento

• Preza pela confidencialidade e transparência

No entanto, para construir gestores com este perfil, nós, profissionais de RH, enfrentamos barreiras como:

• Disponibilidade: as lideranças já têm muitos compromissos e precisam fazer toda a gestão dos resultados e do time, faltando tempo e energia para desenvolver a habilidade.

Solução: repriorizar o fluxo de trabalho junto com o gestor, descentralizando algumas demandas para criar esse espaço de aprendizado. Como profissionais de RH, precisamos ajudá-lo a delegar as tarefas mais operacionais, que muitos fazem até por puro costume.

• Mentalidade: alguns deles ainda não entendem as vantagens de desenvolver a empatia e o impacto disso nos resultados, ou não se sentem motivados a isso.

Solução: educar o líder sobre os benefícios da empatia, para despertá-lo para os benefícios práticos dessa soft skill. Além disso, apoiá-lo com conteúdos e ferramentas que conectam diretamente a habilidade com resultados. Um estudo recente feito em 38 países comprovou essa ligação.

• Habilidade: a empatia simplesmente não é algo natural a todos os gestores.

Solução: criar oportunidades para o líder praticar a habilidade em um espaço seguro e rico em feedbacks. Pense em simulações de conversas sobre cenários mais delicados, como emergências familiares e questões envolvendo outros colegas, para o líder exercitar a empatia sem medo de errar.

Junto com as comportamentais, temos um outro conjunto de skills que ajudam a garantir a longevidade dos líderes: as digitais.

Um estudo de 2021 da consultoria McKinsey identificou 56 habilidades que todos nós (incluindo as lideranças) vamos precisar daqui pra frente. 11 delas estavam relacionadas à fluência digital.

Aqui, não estamos falando de ensinar o líder a usar uma ou outra plataforma.

Mas sim, de ensiná-lo a pensar de uma forma digital, para que ele consiga:

• Gerar valor além do que uma tecnologia consegue fazer

• Estar confortável trabalhando em um ambiente digital

• Se adaptar a novas tecnologias e formas de trabalhar

• Exercitar a capacidade de inovação

2. Ressaltando o papel da liderança com propósito

Ter um propósito claro é essencial para empresa e líder estarem prontos para qualquer futuro.

Isso porque quando acontece algo inesperado, o propósito ajuda a empresa a ter uma reação coordenada e guiada pelos valores centrais, preservando sua autenticidade.

E quando o propósito da empresa é claro para o gestor, ele tem um direcionamento para tomar decisões com segurança, apesar da incerteza e da ambiguidade.

Da mesma forma, os liderados olham para ele em busca de sentido e inspiração – se a orientação do próprio líder é o propósito, isso reverbera na equipe. Ele precisa ser o tradutor desse propósito para os liderados.

Além disso, a cultura da empresa também molda parte do comportamento do gestor. Se o negócio tem um propósito sustentável, o líder tem que criar processos, mecanismos, para que isso seja vivo na equipe.

E para conectar o líder com o propósito do negócio, você pode:

• Proporcionar um mergulho na história, na cultura e operações da empresa desde a entrada do gestor. E sob o prisma do propósito, estimular uma reflexão sobre como ele lida com seus pares, liderados, desenha suas estratégias e prioriza entregas. 

• Manter esse propósito fresco na mente das lideranças, com provocações constantes. Você pode fazer isso com pílulas de conteúdo, newsletters, jornadas gamificadas, bate-papos com o CEO ou rituais que falam sobre a razão de existência do negócio e seus impactos.

3. Construindo um programa de liderança escalável 

Uma das maneiras de um negócio lidar com transformações é estar sempre desenvolvendo seu ecossistema – do estagiário ao diretor.

Ou seja, ter programas de desenvolvimento escaláveis, que permitam a evolução natural, técnica e cultural de todo o organograma, apesar de entradas e saídas.

Na prática, um programa de desenvolvimento escalável:

• Consegue absorver novas lideranças com facilidade

• É fácil de incrementar com novos conteúdos

• Leva em conta as necessidades de cada gestor

Ou seja – ele precisa ser escalável, expandindo e evoluindo com o tempo e conforme surge a necessidade de treinar novos líderes.

O segredo para construir um programa assim está em construir novos caminhos do aprendizado.

Veja 3 dicas práticas para te ajudar a pavimentá-los:

1. Disponibilize os conteúdos em módulos que os líderes podem acessar quando e onde quiserem. Esse é um formato útil que se encaixa com mais facilidade na agenda do gestor. Os módulos ainda podem ser usados em outros programas e trabalhar formatos além da aula, como desafios, dinâmicas e ferramentas.

2. Além do conhecimento assíncrono (no ritmo do líder), complemente com experiências síncronas (ao vivo). Esse é um formato indicado para aulas sobre tópicos mais complexos, que vão precisar de uma discussão e daquele tira-dúvidas. O gestor ainda tem a oportunidade de interagir e se conectar com seus pares nesses casos.

Os dois formatos também se complementam. O aprendizado assíncrono pode gerar dúvidas ou insights que são levados para os momentos ao vivo.

3. Para aumentar o engajamento da liderança, dê a oportunidade do gestor escolher quais assuntos trabalhar primeiro, criando jornadas menos lineares e mais personalizadas, mas com o mesmo objetivo. Co-crie com ele pensando em unir seus objetivos pessoais com os do negócio.

Uma das armadilhas quando pensamos em escalar um treinamento é optar por trabalhar o maior número de pessoas possível.

Mas na prática, grupos muito grandes podem dar um ar de impessoalidade e impedir discussões mais autênticas.

Facilite as conexões, o aprendizado e as discussões mais significativas entre os líderes com grupos menores, mais focados e confortáveis.

Ao ter diferentes formatos, fracionar o aprendizado, empoderar o líder com a escolha e criar espaços para trocas, você cria a flexibilidade necessária para que o desenvolvimento de lideranças atenda a qualquer número de gestores.

Sua checklist para ter líderes excelentes, hoje e sempre

Confira um resumo com os pontos mais importantes da nossa conversa de hoje e mais algumas dicas extras:

Avalie sua estratégia de desenvolvimento de lideranças para ter certeza de que ela evolui para acompanhar as mudanças do mundo. Refine-a para que seja mais ágil, chegando a uma definição de liderança mais atual e que foque nas habilidades e comportamentos que o negócio mais precisa.

Tenha certeza de que as lideranças conhecem e acreditam no propósito da empresa, para que ele seja um guia na tomada de decisões em momentos de incerteza. Reforce este propósito e a cultura do negócio com frequência.

Crie segurança psicológica e espaços para o líder desenvolver suas soft skills e ter experiência prática em lidar com situações pessoais e sensíveis. Traga o líder mais próximo do universo da conexão humana, detalhando como ela impacta positivamente os processos e os indicadores.

Exercite a empatia que tanto é cobrada do gestor. Comece pela trajetória dele, entendendo seus pontos fortes e fracos e seu modo de liderança, para depois desenhar os caminhos de evolução.

Reformule a experiência de aprendizado do líder para que ela seja escalável, mais acessível, variada, híbrida e que proporcione conexão e trocas valiosas com os pares.

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