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Apesar do número crescente de empresas que investem em diversidade e em inclusão, ainda existe muito preconceito referente ao etarismo, e a contratação de profissionais maduros no mercado de trabalho infelizmente ainda é muito subvalorizada, constituindo um grade desafio para as empresas e para a sociedade, considerando a necessidade de integração desses profissionais.

Nem sempre ter mais de 40 anos é uma vantagem competitiva no planejamento de carreira, pois a experiência adquirida passa a ser um obstáculo em alguns processos seletivos. Apesar de ser ilegal e discriminatório, muitas empresas, veladamente, colocam a idade como pré-requisito.

Neste conteúdo, vamos falar um pouco sobre o etarismo e o mercado de trabalho, conhecer os “perennials” e as vantagens que a diversidade etária oferece às empresas e suas equipes. Confira!

Conceito de etarismo

Etarismo, também conhecido como ageismo é toda forma de estereótipo, preconceito e discriminação com base na idade.

A maioria das pessoas carrega dentro de si o medo de envelhecer, pois o avanço da idade pode representar a aproximação da morte. A sensação de finitude também tende a assustar os mais jovens, e lidar com profissionais mais maduros, com outras vivências e talvez outro mindset, pode ser um desafio.

Apesar de o envelhecimento populacional estar em ascensão em todo o planeta, a sociedade 5.0 tem pressa pelo novo e a tecnologia avança a passos largos, fazendo com que as gerações mais antigas sejam, muitas vezes, rotuladas como incapazes de acompanhar essa evolução.

É importante lembrar que, quando a legislação brasileira determina a idade de 60 anos como o início da velhice, também pode contribuir para a estigmatização, rotulando um público que cada vez vive mais, melhor, e de forma mais ativa.

A história das gerações

Sabemos que períodos históricos e seus principais acontecimentos, com suas revoluções tecnológicas, podem influenciar aspectos como personalidade, comportamento, padrões e valores sociais. A sociedade, assim como as empresas e indivíduos que a integram vivem em constante transformação e evolução, o que demanda a atuação mais proativa do RH, que vive hoje o RH 4.0.

A partir dessas evoluções, as gerações foram classificadas como:

  • Geração Tradicionalista: nascidos até 1946;
  • Geração Baby Boomer: nascidos entre 1946 e 1964;
  • Geração X: nascidos entre 1965 e 1981;
  • Geração Y ou Millennials: nascidos entre os anos 80 e início dos anos 90;
  • Geração Z ou Plurais: nascidos entre 1990 e 2010;
  • Geração Alpha: nascidos a partir de 2010.

Mesmo com as influências externas, rotular as pessoas não deve fazer parte das etapas de um processo seletivo, independentemente se o processo for conduzido com recrutamento interno ou externo. Afinal, o RH, consultorias de recrutamento e de Executive Search, devem estar preparados para analisar as soft skills e hard skills do profissional de acordo com as necessidades da empresa.

A descoberta dos “perennials”

Apesar dos rótulos listados, em 2016, um novo termo veio à tona por meio de Gina Pell, chefe de conteúdo da newsletter do site The What. Perennials quer dizer “aqueles que não têm idade”, ou seja, que são perenes.

Esses indivíduos atemporais têm um estilo de vida que contém gostos e hábitos de diversas faixas etárias e, para lidar consigo mesmo, com os outros e com o ambiente, não se baseiam em aspectos geracionais, mas na forma como percebem a si próprio, isto é, de acordo com sua identidade social.

Essas pessoas são entusiastas, curiosas e experimentam a vida. Estão abertas ao aprendizado, à mudança de carreira, ao desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos, e entendem que cada indivíduo tem as suas próprias experiências, o seu propósito e objetivos. Além de se relacionarem com todas as faixas etárias, sem rótulos e sem preconceitos, também são pessoas ousadas, gostam de correr riscos, têm a mente aberta e uma visão sistêmica.

Portanto, para essas pessoas, a idade não importa, mas sim as atitudes. Pessoas com esse perfil existem em várias idades. Então, para que rotular de acordo com o ano de nascimento?

Profissionais maduros no mercado de trabalho

Com a perspectiva de vida aumentando consideravelmente nos últimos anos, as pessoas da “melhor idade” se sentem capazes de continuarem a terem protagonismo na carreira e maior longevidade e atuação no mercado de trabalho.

Apesar de toda essa motivação pessoal e profissional do indivíduo, nem sempre as empresas estão preparadas para incluir em seu quadro funcional colaboradores mais experientes, transformando esse processo em algo frustrante e desanimador para essa geração que ainda sente e está capacitada para contribuir e agregar valor, mas que fica sem saber o que fazer quando não se tem emprego.

Com isso, o desemprego aumenta cada vez mais entre as pessoas a partir dos 40 anos, deixando em evidência o preconceito e instigando o conflito entre as gerações.

Mesmo as melhores empresas para se trabalhar, de acordo com a GPTW (Melhores Empresas para Trabalhar), não chegam ao patamar ideal de contratações de profissionais maduros e experientes.

Esse cenário mostra o quanto o Brasil ainda precisa evoluir para que a população idosa não seja ainda mais descartada com tanto preconceito e discriminação.

Vantagens de investir na diversidade etária

A perpetuação do preconceito etário pode ser altamente prejudicial para uma sociedade que envelhece a cada dia, razão pela qual é preciso gerar oportunidades iguais para todas para os profissionais mais maduros.

Quando integradas, diferentes gerações oferecem a cada indivíduo uma excelente oportunidade de desenvolvimento de competências, assim como agregam à empresa muitos benefícios importantes para o crescimento e a lucratividade do negócio, como aqueles que veremos a seguir:

Aumento da cooperação

Montar times com diferentes idades pode ser uma experiência transformadora para todos os envolvidos. A maturidade, a paciência, a valorização das relações de trabalho e o alto comprometimento dos profissionais mais velhos complementa a sede de conhecimento, as habilidades técnicas, a flexibilidade de horários e imediatismo dos mais jovens.

A troca e o equilíbrio são fundamentais para a manutenção de times mais seguros, eficientes e engajados com a cultura organizacional.

Humanização dos planos de carreira

Essa é uma etapa fundamental para as empresas que desejam investir na diversidade e inclusão, tornando a política interna mais justa e imparcial.

Profissionais ativos no mercado de trabalho não pensam em aposentadoria imediata, portanto, é importante refletir, humanizar e modificar o planejamento de carreira, revisando as aposentadorias compulsórias e demais barreiras que atrapalham esse processo.

Imparcialidade nas contratações

A diversidade etária deve ser uma prática natural nas organizações, pois a regra principal que deveria ser seguida é de estruturar equipes com profissionais competentes e complementares entre si.

Para tanto, retirar o filtro de faixa etária dos processos seletivos e pensar nas competências técnicas e comportamentais do indivíduo é fator necessário para eliminar esses rótulos.

Além disso, essa imparcialidade é justamente o que muitas organizações buscam ao contratar uma consultoria de recrutamento e seleção, pois permanecem mais focadas no que realmente importa.

Fortalecimento da marca empregadora

Empresas que valorizam a diversidade e a inclusão dentre seus colaboradores são mais bem vistas pelo mercado. Inclusive, existem organizações liderando essas frentes no recrutamento com diversidade e inclusão, assim como consultorias levantando bandeiras específicas, como recrutamento de mulheres, contratação de profissionais maduros, entre outros.

Essas atitudes ajudam as empresas a reterem os melhores talentos internos, favorecem a atração dos candidatos mais compatíveis com a cultura organizacional e contribuem para o sucesso do negócio, além de com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa.

Nesse texto compreendemos o que é o etarismo e como ele pode prejudicar a inclusão e a permanência dos profissionais no mercado de trabalho. Conhecemos os “perennials” e o quanto essa “geração sem idade” pode contribuir para diminuir o preconceito tipicamente existente quando falamos na contratação de profissionais acima de 40 anos.

Também vimos algumas das vantagens de incluir profissionais maduros nas equipes, preparando a empresa para essa realidade tão próxima que é o envelhecimento de uma população ativa, com qualidade de vida, e que continua buscando evolução. Todos somos responsáveis pelo combate ao etarismo. Converse com a Sim Carreira, com empresas de headhunters, empresas de job hunters e recolocação profissional para entender melhor como se posicionar no mercado de trabalho, fortalecendo a transformação social para um mercado de trabalho mais diverso e inclusivo. Caso deseje conhecer mais sobre o tema, sugerimos a inscrição gratuita no “Webinar RH no terceiro cenário”.