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Com foco nas tendências de consumo, Cia das Letras mudou seu modelo de gestão

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Um estudo publicado pela consultoria norte-americana CB Insights, focada em identificar próximas tendências no mundo dos negócios, mostrou que 85% de uma lista de 677 líderes de estratégia corporativa concordam que a inovação é importante, entretanto, 78% admitem concentrar-se apenas em mudanças incrementais, em vez de iniciativas disruptivas. Ainda, 41% dos entrevistados assumem que estão “extremamente” ou “muito” em risco por causa de empresas ou tecnologias emergentes.

O fato é que a transformação digital se tornou imperativa para todas as empresas, pequenas, médias e, principalmente, as grandes e globais. Seja na automação, logística, software ou no varejo, proporcionar uma boa experiência de negócios digital a clientes e colaboradores requer o uso de novos negócios inovadores. Não se trata apenas de criar SACs virtuais, websites, e-mails ou perfis em redes sociais. Tudo isso é válido, mas são apenas iniciativas digitais.

“Tornar uma empresa digital implica fazer mudanças não só em equipamentos e sistemas, mas imprimir essa nova mentalidade da cultura corporativa até aos processos”, comenta Marc Puškarić, líder do Bertelsmann Brazil Investments, braço do Bertelsmann Investments, que agrupa as ações do Grupo Bertelsmann. Aqui, o grupo é detentor de empresas como a editora Companhia das Letras, Affero Lab e Arvato.

“Para permanecerem competitivos, os executivos mais experientes estão buscando novas formas de trazer criatividade e velocidade para o ecossistema corporativo tradicional. Não é simples, requer investimentos e leva tempo, mas a modernização dos processos das empresas se tornou fundamental para a sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo”, afirma.

“Hoje nossa equipe de vendas trabalha mais com números e dados científicos” – Matinas Suzuki, diretor

Tradicional grupo editorial no Brasil, a própria Companhia das Letras precisou se reinventar para obter melhores resultados. Fundada em 1986, a empresa busca hoje incorporar tendências globais em seu plano de negócio estudando as mudanças de hábito e o comportamento dos leitores.

“Estamos tentando ser uma empresa longeva com inovação”, afirma seu diretor Matinas Suzuki. “Hoje nossa equipe de vendas trabalha mais com números e dados científicos. Tivemos que mudar nossa postura, nos adaptarmos”, afirma, salientando que a empresa passou por uma mudança de gestão expressiva nos últimos anos porque percebeu que o editor de 30 anos atrás é diferente daquele das próximas décadas.

Como parte desse processo, em agosto, em parceria com o Google, a empresa lançou seus primeiros audiolivros, dando início à comercialização de títulos importantes nesse formato. A publicação selecionada para a estreia foi 21 lições para o século 21, de Yuval Noah Harari, autor que já vendeu mais de 12 milhões de cópias no mundo. Pela primeira vez no Brasil, um lançamento foi publicado nos três formatos ao mesmo tempo: livro físico, e-book e audiolivro. Considerada uma grande aposta da área de inovação da companhia, a iniciativa registra atualmente mais de mil exemplares vendidos.