ABRH Brasil

Por Beatriz Brandão*

Decisões erradas, potencial reprimido e falta de foco para direcionar a vida, tanto a pessoal quanto a profissional. Esses são alguns problemas causados pela falta de autoconhecimento, que é fundamental para que cada um conheça suas habilidades e fraquezas, domine as emoções e situações, reconheça boas oportunidades e consiga traçar metas e ter motivação para realizá-las.

Fazer essa investigação interior é a melhor forma de não se autossabotar. Mas esse não é um processo fácil. Pode, inclusive, ser doloroso. Entrar em contato com todos os sentimentos e desejos que existem dentro de cada um pode causar um desconforto inicial, mas, esse diálogo consigo mesmo, é o que possibilita às pessoas entenderem o que realmente as faz felizes e satisfeitas.

Há exercícios que auxiliam uma reflexão mais profunda, como, por exemplo, ter diferentes reações em situações tensas. Assim como uma aula de teatro, identificar uma situação real que foge ao controle e descrever como poderia se comportar de maneira a lidar melhor com esse obstáculo. Imaginar quais são as possíveis saídas e respostas ajuda a aceitar as situações ou respostas indesejadas e difíceis. Do mesmo modo, fazer uma reflexão sobre a necessidade de mudar atitudes para obter resultados diferentes, no lugar de apenas insistir e remoer o fracasso e as estratégias ineficientes. Pensar nesses contextos quando o racional está reinando ajuda a ter maior controle e ciência de si.

Outra forma é construir um caminho ativo de sucesso. É importante buscar no passado a raiz de pensamentos que limitam o comportamento, como “o mundo está em crise, por isso tudo está ruim para mim” ou “essa é a vida que mereço”. O primeiro passo para uma pessoa escapar desses lugares limitantes é perceber por que e como ela chegou nesse pensamento.

Por fim, outra ferramenta para o autoconhecimento é perdoar-se por não ser perfeito. O ser humano é passível de falhas e deve ter consciência de que nem tudo sai conforme o planejado. Portanto, é fundamental parar de cobrar-se em excesso e perdoar-se pelos fracassos. Essa é uma das atividades mais importantes, pois ajuda a libertar da prisão mental. A ideia é que, a partir da leitura em voz alta de uma série de enunciados como “Eu me perdoo por não me respeitar” ou “Eu me perdoo por me julgar”, a pessoa escreva o primeiro pensamento que vem à cabeça. Isso é terapêutico.

Beatriz Brandao
*Beatriz Brandão é psicóloga clínica, com atuação em casos com transtornos e questões comportamentais. Possui vivência de 10 anos na área de RH/Foto: Divulgação