ABRH Brasil

Por Bill Moraes*

O Quociente de Inteligência Digital, criado pelo QD Institute (ligado ao Fórum Econômico Global), pode ser definido como uma mudança de comportamento, uma ruptura com velhas práticas para o desenvolvimento de novas habilidades, visando inovação, cidadania, cultura e educação.

Ao falarmos de Quociente Digital precisamos falar de inovação. O professor de Harvard, Clayton Christensen, autor do livro O Dilema da Inovação, e mais novo colaborador da FranklinCovey, defende que alguns comportamentos humanos fomentam e geram inovação, fazendo com que o nosso Quociente Digital dê saltos positivos. Entre eles, estão o desenvolvimento de três fatores: empatia, confiança e sinergia.

A empatia se dá quando eu entendo as pessoas de maneira real e desenvolvo a capacidade de influenciá-las. Isso requer respeito, compreensão mútua e capacidade de ouvir. Um bom exemplo de empatia é criação do Puff Solar pela doutora Alice Min Soo Chun, após o terremoto no Haiti. Sem energia elétrica, os moradores usavam lamparinas de querosene para iluminar as noites, o que provocava fumaça e, consequentemente, problemas de saúde. Ao se deparar com a necessidade daquela comunidade, Alice teve a ideia de criar o Puff Solar, que é um cubo portátil de luz, que gera energia a partir de finas placas solares que abastecem uma bateria de lítio.

Confiança é a variável mais poderosa que os líderes podem alavancar diante das rápidas mudanças de cenário do mundo moderno

Como podemos perceber, a chave da inovação não está na tecnologia, e sim na capacidade de se estar atento às necessidades humanas.

Já confiança é a variável mais poderosa que os líderes podem alavancar diante das rápidas mudanças de cenário do mundo moderno. Somente as empresas que conseguem implementar mudanças rapidamente conseguem prosperar. E isso só ocorre por meio da confiança. Quando a confiança da organização é baixa, a velocidade de mudança é menor e os custos aumentam. Pela nossa experiência de atuação em mais de 160 países, não existe nada mais rápido e ágil do que a velocidade da confiança.

Além de empatia e confiança, o último comportamento que promove o Quociente Digital é a sinergia, cujo conceito é baseado na frase de Stephen R. Covey, “Se duas pessoas têm a mesma opinião, uma delas é desnecessária”. Ou seja, um mais um não pode ser igual a dois, e sim a três, a 10, a 100 ou a 1000. É um novo modelo mental, altamente eficaz, que tem como objetivo encontrar uma solução melhor do que a que eu e você tínhamos, inicialmente, pensado. É baseado em criatividade, cooperação, diversidade e humildade. Sinergia não se trata de tolerar diferenças, mas de celebrar as diferenças.

Não é possível mudar ou inovar se eu não pratico empatia. Não é possível ser ágil, em termos de economia digital, sem ter confiança. Não é possível alcançar resultados sustentáveis se eu não pratico sinergia. Esses são os três comportamentos que ajudam pessoas e organizações a aumentarem o seu quociente digital.

*Bill Moraes é vice-presidente da FranklinCovey Brasil Foto: Divulgação