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Dados da pesquisa Rumos, apresentada hoje pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pelo Ciesp (Centro das Indústrias), mostram que há expectativa de recuperação do emprego para a indústria paulista em 2018, com 24,4% dos empresários do setor afirmando que pretendem aumentar o número de vagas. Em 2017, 16,5% disseram ter ampliado postos de trabalho.

Apenas 10% afirmaram que pretendem enxugar vagas e a maioria, 63,5%, quer manter as posições de trabalho estáveis. Em 2017, 43,2% declararam que reduziram o quadro de empregado e 40,3% mantiveram os postos de trabalho estáveis.

A pesquisa destaca que, ao comparar os dois anos, a segurança jurídica ganhou relevância em 2018, com a reforma trabalhista, como justificativa para o aumento do quadro de empregados, considerado por 1,2% dos entrevistados para 2017 e 8,9% para 2018.

Automação
Entre as empresas que ainda pretendem reduzir o quadro de empregados, a justificativa é a perspectiva de aumento da produtividade na indústria paulista, com investimento em automação da produção e melhora do processo produtivo, indicada por 9,8%, enquanto que em 2017 esse cenário era avaliado por apenas 0,5%. Esse fator pode indicar uma melhora da competitividade da indústria paulista. No ano passado, a justificativa para o fechamento de vagas era a redução do número de turnos e menor espaço da área administrativa e comercial, considerado por 25% e 23,6% das empresas.

A pesquisa mostra ainda que 29,8% buscarão empregados mais qualificados para as novas vagas do que os que empregava antes da crise econômica; 60,5%, funcionários tão qualificados quanto os que empregavam antes da crise; e 4,8%, menos qualificados do que os que empregavam antes da crise econômica.

Uma justificativa importante para as empresas que não pretendem aumentar o emprego em 2018 é a de que ainda não estão sentindo a recuperação da produção. No entanto, dados econômicos recentes apontam para a consolidação da recuperação econômica deverá ganhar força em 2018. Caso esse cenário se estabeleça, 44,4% das entrevistadas afirmaram que precisarão ampliar o número de empregados, já que estão trabalhando com o quadro enxuto. Já 52,8% afirmam que não precisarão aumentar muito o quadro de empregados, pois ainda estão com excedente de emprego (42%) e que já investiram ou pretendem investir em melhora de processo produtivo (42%), pretendem investir em terceirizados 19,3% e há empregados em layoff ou redução de jornada que poderiam retornar (3,3%).

A pesquisa, realizada com 509 empresas da indústria de transformação no estado de São Paulo, aconteceu de 11 a 26 de janeiro. A coleta das informações foi feita por e-mail com o questionário disponível na internet.