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A crise não chegou a afetar fortemente os salários de presidentes e diretores executivos. É o que revela o estudo anual de remuneração da Page Executive, unidade de negócios do PageGroup especializada no recrutamento de executivos do alto escalão. De acordo com a pesquisa, houve aumento médio de 3% na remuneração fixa desses executivos em 2017 quando comparado com o ano anterior.

Quem puxou essa alta foram os CIOs (Chief Information Office), com ganho de 5% na remuneração média mensal em relação a 2016. Mesmo com o aumento na remuneração mensal dos executivos, também foi constatada uma queda média de 2,5% no salário total desse mesmo público.

O estudo foi realizado em novembro e dezembro de 2017 e contou com a participação de 1.150 executivos do alto escalão que atuam em empresas de diversos setores de pequeno, médio e grande porte em todo o Brasil. A remuneração desses profissionais é classificada de acordo com o porte de faturamento da empresa onde atuam: até R$ 100 milhões, de R$ 100 milhões a R$ 500 milhões, de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão e acima de R$ 1 bilhão.

Segundo Fernando Andraus, diretor executivo para América Latina da Page Executive e Michael Page, 2017 foi desafiador política e economicamente, afetando a remuneração total dos executivos, mas com o impacto na remuneração negativa concentrado na remuneração variável. “Os salários fixos foram preservados na maior parte dos casos. O impacto negativo foi na remuneração variável, já que uma parte importante das empresas não atingiu seus objetivos. No entanto, manter e atrair executivos continua sendo um tremendo desafio para as empresas, mesmo em situação de crise”, garante.

Presidentes
A remuneração mensal dos presidentes de companhias com faturamento acima de R$ 1 bilhão foi a que mais avançou: aumento médio de 5%. Em contrapartida, os ganhos de CEOs de companhias nacionais com faturamento de até R$ 500 milhões obteve aumento de 2%.

Seguindo a tendência de anos anteriores, os principais executivos nas empresas nacionais continuam com remuneração superior aos presidentes de subsidiárias multinacionais. Essa diferença pode ser explicada pela exposição direta aos acionistas, maior exposição estatutária e necessidade de administrar a estrutura de capital localmente. Compare:

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A remuneração dos RHs
De acordo com o levantamento, dentre as diversas áreas das organizações, os diretores de RH que atuam em companhias nacionais com faturamento acima de R$ 1 bilhão tiveram seus vencimentos mensais reajustados, com acréscimo de 3%. No caso de seus pares em multinacionais, somente aqueles que trabalham em companhias com faturamento de R$ 100 a R$ 500 milhões e acima de R$ 1 bilhão conseguiram aumento no salário médio: alta de 3%.

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E dos CFOs
Já os CFOs (Chief Financial Officer) de empresas nacionais com faturamento acima de R$ 1 bilhão viram seus rendimentos mensais aumentarem 7% ante 5% de seus pares em multinacionais. O salário mensal desses mesmos profissionais apresentou alta, seguindo a tendência de outras categorias. Os vencimentos médios mensais de diretores financeiros de empresas nacionais registraram alta de 3,5% e, de seus pares em multinacionais, 3,25%.

De acordo com Andraus,  apesar do cenário desafiador, ainda há um forte processo de evolução na governança corporativa nas empresas médias e um intenso movimento de melhoria de processos e custos, assim, executivos financeiros com perfil de corte de custos, de boa abertura com bancos e de rolagem e negociação de dívidas, são os mais demandados e propensos a atingir essa remuneração.

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Benefícios
O levantamento avaliou também os principais benefícios dos executivos de alto escalão. O estudo indica que aumentou em três pontos percentuais a quantidade de profissionais cobertos pelo seguro de responsabilidade civil e criminal (D&O), saltando de 63% em 2016 para 66% no ano passado. “Houve uma preocupação maior das empresas em proteger seus principais executivos, especialmente pelo sensível momento e dos escândalos de corrupção que foram levados à tona”, explica Andraus.

Em contrapartida, foi verificada a queda de outros benefícios ofertados ao alto escalão. Neste ano , caiu o número de executivos com stock options (forma de remuneração cujo gestor tem a opção de compra de ações da própria empresa) em relação ao ano anterior: recuou de 44% para 41%.  Aqueles que possuem ações RSUs (restricted stock units – quando um executivo ganha efetivamente as ações e não apenas a opção de compra) somaram 25% neste ano contra 26% no estudo de 2016.

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